Sumário

Introdução

Este artigo busca desvendar o Reino dos Céus em cinco dimensões teológicas essenciais, explorando sua natureza, significado e impacto.

Através de uma análise aprofundada das Escrituras e dos insights de teólogos renomados, propomos um mergulho neste tema fascinante, que continua a desafiar, inspirar e transformar vidas ao longo dos séculos.

Junte-se a nós nesta jornada de descoberta e reflexão sobre o que realmente significa o “Reino dos Céus” na Bíblia.

Para o leitor que tiver interesse em conteúdo para suas ministrações recomendamos a leitura do artigo Reino de Deus: 06 Esboços Inspiradores para Pregações Impactantes.

O que é o Reino dos Céus na Bíblia?

Ele é descrito tanto como um domínio presente e ativo de Deus na Terra quanto como uma promessa futura de restauração e perfeição.

O conceito do “Reino dos Céus” é uma das expressões mais intrigantes e profundas encontradas nas Escrituras. Muito mais do que uma mera localidade celestial ou um estado de ser após a morte, o Reino dos Céus na Bíblia apresenta uma realidade complexa e multifacetada. 

Nas páginas do Antigo Testamento, o Reino é profetizado como a culminação do plano divino para a humanidade e para a criação. No Novo Testamento, Jesus Cristo emerge como o anunciador e o realizador deste Reino, trazendo uma nova compreensão que transcende as expectativas messiânicas da época.

O que é o Reino dos Céus na terra?

É a manifestação e a influência do poder e da vontade de Deus no mundo físico e na vida das pessoas.

Jesus inicia seu ministério declarando a proximidade do Reino que não é apenas uma realidade futura, mas algo que já começou a se manifestar na Terra através de seu ministério, conforme lemos em Mateus 4.17:

“Daí em diante, Jesus começou a pregar: ‘Arrependam-se, pois o Reino dos Céus está próximo’.”

Em Lucas 17:20-21, Jesus fala sobre o Reino de Deus como uma realidade presente, algo que já está atuando no mundo, não apenas uma promessa futura.

“Perguntado pelos fariseus quando chegaria o Reino de Deus, Jesus respondeu: ‘O Reino de Deus não vem de maneira visível. Nem se dirá: ‘Aqui está ele’, ou ‘Ali está’; pois o Reino de Deus está entre vocês.’”

Quantas vezes Jesus fala sobre o Reino dos Céus?

Jesus faz referência direta ao “Reino dos Céus” aproximadamente 32 vezes no Evangelho de Mateus.
 
Este número inclui as vezes que ele usa a expressão em suas parábolas, ensinamentos e discussões. Jesus fala sobre o Reino dos Céus inúmeras vezes nos Evangelhos, especialmente em Mateus, onde essa expressão é mais comum.
 
 frase “Reino dos Céus” é uma característica distintiva do Evangelho de Mateus, enquanto os outros evangelhos sinóticos – Marcos e Lucas – frequentemente usam a expressão “Reino de Deus”.
 
Essas frases são geralmente consideradas sinônimas e refletem um tema central do ensino de Jesus.  Contar o número exato de vezes que Jesus menciona o “Reino dos Céus” pode variar um pouco dependendo da tradução da Bíblia e da interpretação de certos versículos.
 

Quem herdará o Reino dos Céus Bíblia?

Conforme o texto de João 3.3, são os que experimentarem um nascimento espiritual, resultante da fé em Jesus Cristo, pela ação do Espírito Santo.

João 3:3 – Jesus respondeu e disse-lhe: “Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.”

Nesta passagem, Jesus enfatiza a necessidade do novo nascimento, que é frequentemente interpretado como um nascimento espiritual, resultante da fé em Jesus Cristo. Este novo nascimento é uma transformação interna que ocorre quando uma pessoa coloca sua fé em Jesus como Senhor e Salvador, levando a uma vida transformada.

Além disso, como complemento, temos as seguintes passagens:

  1. Mateus 5:3 – “Bem-aventurados os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos céus.”

  2. Mateus 5:10 – “Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, pois deles é o Reino dos céus.”

  3. Mateus 18:3-4 – “…se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus.”

  4. 1 Coríntios 6:9-10 – “Não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem os impuros, nem idólatras, nem adúlteros…”

  5. Gálatas 5:21 – “…os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus.”

Essas passagens refletem um espectro mais amplo de ensinamentos bíblicos sobre o Reino dos Céus, que inclui tanto a necessidade da fé em Jesus e do novo nascimento, quanto a transformação de vida e as atitudes que refletem os valores do Reino.

Elas mostram que herdar o Reino dos Céus é associado com características como humildade, justiça, pureza espiritual e uma transformação moral e espiritual guiada pelo Espírito de Deus.

É um tema que perpassa tanto os ensinamentos de Jesus quanto as epístolas do Novo Testamento, enfatizando a importância de um relacionamento genuíno e transformador com Deus.

Reino dos céus
Reino dos céus

1. Dimensão Escatológica: O Futuro Prometido

A dimensão escatológica do Reino dos Céus na teologia cristã é um dos temas mais profundos e esperançosos encontrados na Bíblia. Esta dimensão foca na promessa do Reino dos Céus como um estado futuro de perfeição e glória, onde a presença e o senhorio de Deus serão plenamente realizados. Ela engloba a visão cristã sobre o fim dos tempos e a esperança da restauração final de toda a criação.

O Futuro Revelado em Apocalipse

No livro de Apocalipse, encontramos uma das mais vívidas descrições do Reino dos Céus em sua consumação final. Apocalipse 21:1-4 nos diz:

“E vi um novo céu e uma nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. E vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, adornada como uma noiva ataviada para o seu marido. E ouvi uma grande voz do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará de seus olhos toda lágrima; e a morte já não existirá, nem haverá luto, nem pranto, nem dor, pois as primeiras coisas passaram.”

Essas palavras pintam um quadro de renovação e esperança, onde o sofrimento e a dor que conhecemos neste mundo não mais existirão. O teólogo N.T. Wright enfatiza que este futuro prometido é a realidade para a qual toda a história humana e divina está se movendo – um mundo renovado onde a justiça, a paz e o amor de Deus reinam supremos.

A Vitória sobre a Morte e a Corrupção

Em 1 Coríntios 15:50-52, Paulo fala sobre a transformação que ocorrerá no fim dos tempos: “Digo isto, irmãos, que carne e sangue não podem herdar o reino de Deus; nem a corrupção herda a incorrupção. Eis que vos digo um mistério: Nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta. Pois a trombeta soará, os mortos serão ressuscitados incorruptíveis, e nós seremos transformados.”

Esta passagem é fundamental para entender a dimensão escatológica do Reino. Aqui, Paulo destaca a transformação radical que ocorrerá tanto para os vivos quanto para os mortos. George Eldon Ladd, um estudioso em escatologia, ressalta que este é um momento de triunfo sobre a morte e a corrupção, um cumprimento final da vitória de Cristo na cruz.

A Esperança Escatológica Como Impulso para a Vida Presente

A expectativa do futuro glorioso do Reino dos Céus não é apenas uma promessa distante; ela tem implicações profundas para a vida cristã no presente. Essa esperança escatológica oferece consolo e coragem em meio às tribulações do mundo atual. Ao mesmo tempo, ela motiva os cristãos a viver de maneira que antecipe e reflita os valores do Reino vindouro.

O entendimento de que a história humana está se movendo em direção a um clímax divinamente orquestrado oferece uma perspectiva única sobre a existência humana. Ela coloca nossa vida diária, nossas lutas e conquistas, dentro de um contexto maior de redenção e restauração. A dimensão escatológica do Reino dos Céus, portanto, não é apenas sobre o fim dos tempos; é também sobre como essa promessa futura molda nossa realidade presente, enchendo-a de significado, propósito e esperança.

2. Dimensão Presente: O Reino Aqui e Agora

A dimensão presente do Reino dos Céus é um aspecto crucial do ensinamento de Jesus. Ela aborda a realidade do Reino manifesta aqui e agora, na Terra, influenciando a vida cotidiana e espiritual dos crentes. Esta dimensão desafia a noção de que o Reino de Deus é apenas um futuro distante ou uma esperança escatológica.

A Proximidade do Reino na Pregação de Jesus

Em Mateus 4:17, encontramos Jesus iniciando Seu ministério com uma declaração poderosa: “Daí em diante, Jesus começou a pregar: ‘Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo’.” Esta passagem é fundamental para entender a dimensão presente do Reino.

Jesus não está apenas anunciando algo que está por vir; Ele está declarando a iminência do Reino. C.S. Lewis, em suas reflexões, enfatiza que o Reino de Deus é uma realidade vivida que começa no coração dos crentes e se manifesta em suas ações e escolhas.

O Reino Como Realidade Interna e Externa

Lucas 17:20-21 oferece outra perspectiva intrigante: “Perguntado pelos fariseus quando chegaria o Reino de Deus, Jesus respondeu: ‘O Reino de Deus não vem de maneira visível. Nem se dirá: ‘Aqui está ele’, ou ‘Ali está’; pois o Reino de Deus está entre vocês.’”

Esta passagem sugere que o Reino não é um evento ou localização geográfica, mas uma realidade espiritual que ocorre dentro e entre as pessoas. Dallas Willard, um teólogo contemporâneo, interpreta isso como a presença ativa de Deus na vida dos crentes, moldando suas interações e transformando a sociedade.

Vivendo o Reino no Cotidiano

A dimensão presente do Reino se traduz em um estilo de vida que reflete os valores e princípios do Reino de Deus. Isso envolve justiça, paz, amor, perdão e misericórdia nas relações diárias. Esse entendimento coloca um forte ênfase na prática da fé, não apenas como um conjunto de crenças, mas como uma jornada vivida e ativa de seguir a Cristo.

O Reino na Prática Comunitária

A manifestação do Reino dos Céus na terra também pode ser vista na comunidade de crentes. A igreja, como o corpo de Cristo, é chamada a ser uma expressão visível do Reino. Isso se reflete em como os membros da comunidade cuidam uns dos outros, buscam justiça, promovem a paz e compartilham o amor de Deus com o mundo ao redor. Este aspecto da dimensão presente do Reino é um testemunho poderoso para o mundo, mostrando o que significa viver sob o senhorio de Cristo.

Assim, a dimensão presente do Reino dos Céus não é uma mera espera passiva por um futuro glorioso. Em vez disso, é uma participação ativa na realidade do Reino que Jesus inaugurou. É viver cada dia sob a orientação e influência do Espírito Santo, manifestando o amor, a justiça e a paz de Deus em todas as esferas da vida. Esta dimensão do Reino transforma tanto o indivíduo quanto a comunidade, trazendo um vislumbre do céu para a terra.

3. Dimensão Moral e Ética: Vivendo no Reino

A dimensão moral e ética do Reino dos Céus é fundamental para entender como os ensinamentos de Jesus moldam o comportamento e as escolhas dos cristãos. Esta perspectiva não se limita a regras ou mandamentos; ela abrange um modo de vida que reflete o caráter e os valores do Reino de Deus, conforme revelado nas Escrituras.

As Bem-Aventuranças: Um Manifesto do Reino

Um dos textos mais emblemáticos que abordam a dimensão moral do Reino são as Bem-Aventuranças, encontradas em Mateus 5:3-12. Aqui, Jesus apresenta não apenas um conjunto de atitudes abençoadas, mas um verdadeiro manifesto do Reino.

Por exemplo, em Mateus 5:3, Jesus declara: “Bem-aventurados os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos céus.” Esta passagem, junto com as demais Bem-Aventuranças, descreve características como humildade, misericórdia, pureza de coração e busca por justiça. Estes são valores centrais do Reino, que desafiam e transformam as normas e expectativas do mundo.

Dietrich Bonhoeffer, em sua obra “O Custo do Discipulado”, explora profundamente as Bem-Aventuranças, destacando-as como uma chamada à renúncia pessoal e à adesão sincera aos princípios do Reino. Ele argumenta que viver de acordo com as Bem-Aventuranças é uma demonstração tangível da presença do Reino na vida de um indivíduo.

A Ética do Amor e da Misericórdia

A ética do Reino dos Céus, como ensinada por Jesus, é profundamente enraizada no amor e na misericórdia. Tiago 2:5 nos lembra: “Ouvi, meus amados irmãos: não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino que prometeu aos que o amam?” Esta passagem ressalta a importância do amor como fundamento das relações interpessoais no Reino. Ela sugere que a verdadeira riqueza no Reino de Deus não é medida por padrões materiais, mas pela riqueza da fé e pelo amor a Deus e ao próximo.

Martin Luther King Jr., em sua luta por justiça e igualdade, frequentemente invocava os princípios do Reino de Deus, enfatizando a ética do amor e da não-violência como forças transformadoras na sociedade. Ele via no ensinamento de Jesus um chamado à ação social e à transformação comunitária, ancorado no amor e na compaixão.

Viver o Reino Através de Escolhas Morais

A dimensão moral e ética do Reino dos Céus também se reflete nas escolhas cotidianas e no caráter pessoal. Os cristãos são chamados a viver de maneira que seja congruente com os valores do Reino, o que inclui integridade, honestidade, bondade e justiça. Esse estilo de vida vai além da conformidade com regras externas; trata-se de uma transformação interna que molda atitudes, palavras e ações.

Assim, a dimensão moral e ética do Reino dos Céus é um convite a uma vida que espelha o caráter de Deus. Ela desafia os cristãos a serem agentes de amor, misericórdia e justiça em um mundo frequentemente marcado pela indiferença e injustiça. Viver segundo os princípios do Reino é uma jornada contínua de crescimento espiritual, autoexame e compromisso com a transformação pessoal e comunitária.

4. Dimensão Social e Comunitária: O Reino como Comunidade

A dimensão social e comunitária do Reino dos Céus revela como o Reino se manifesta na vida comunitária dos crentes e no impacto que têm na sociedade mais ampla. Esta dimensão não se limita apenas ao aspecto espiritual; ela envolve ações práticas que refletem os valores do Reino no contexto social e comunitário.

A Comunidade Cristã Primitiva: Um Modelo do Reino em Ação

Atos dos Apóstolos fornece um vislumbre poderoso de como a igreja primitiva viveu os princípios do Reino. Atos 2:42-47 descreve a vida comunitária dos primeiros cristãos:

“Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações. Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. Todos os dias, continuavam a reunir-se no pátio do templo. Partiam o pão em suas casas e juntos participavam das refeições, com alegria e sinceridade de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. E o Senhor acrescentava à sua comunhão os que iam sendo salvos.”

Esta passagem ilustra a dimensão social do Reino, onde a comunidade de fé se caracteriza pela partilha, solidariedade, hospitalidade e adoração. John Stott, em suas análises, destaca que esta forma de viver não era uma imposição, mas uma expressão natural da vida transformada pelo Evangelho.

A Igreja como Corpo de Cristo: Unidade e Diversidade

Efésios 2:19-22 oferece outra perspectiva sobre a comunidade do Reino: “Assim, já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, sendo Cristo Jesus mesmo a pedra angular. Nele todo o edifício, bem ajustado, cresce para ser um templo santo no Senhor. Nele também vocês estão sendo juntos edificados para serem morada de Deus no Espírito.”

Este trecho fala sobre a igreja como um templo espiritual, onde cada membro contribui para a construção de uma comunidade unida e diversa. Gustavo Gutiérrez, conhecido por seu trabalho na teologia da libertação, vê nesta imagem uma chamada para que a igreja seja um reflexo tangível do amor e da justiça de Deus no mundo.

O Papel Social e Comunitário dos Cristãos

A dimensão social do Reino não se restringe aos muros da igreja; ela se estende para a sociedade como um todo. Os cristãos são chamados a ser sal e luz no mundo (Mateus 5:13-16), influenciando positivamente a sociedade e defendendo valores como justiça, paz e cuidado pelos marginalizados. Essa visão de Reino implica em envolvimento com questões de justiça social, cuidado com os pobres e necessitados, e promoção da dignidade humana.

Assim, a dimensão social e comunitária do Reino dos Céus desafia os cristãos a viverem de forma que o amor, a compaixão e a justiça de Deus sejam manifestos nas relações interpessoais, na comunidade de fé e na sociedade. Esta dimensão enfatiza que a fé não é apenas uma questão individual, mas que tem implicações profundas para a comunidade e o mundo. Viver no Reino significa participar ativamente na construção de uma sociedade que reflete os valores do Reino de Deus.

5. Dimensão Mística e Espiritual: O Reino Interno

A dimensão mística e espiritual do Reino dos Céus aborda uma das facetas mais profundas e pessoais do ensino cristão. Esta perspectiva foca na experiência interna do Reino, considerando-a como um relacionamento profundo e transformador com Deus. Esta dimensão é explorada por meio da oração, da meditação e da vivência cotidiana da fé, iluminando a jornada espiritual do indivíduo.

O Reino Dentro de Nós

Lucas 17:21 é uma passagem-chave para esta dimensão: “Nem dirão: ‘Eis aqui está’ ou ‘Eis ali está’, porque eis que o reino de Deus está dentro de vós”. Aqui, Jesus aponta para uma compreensão do Reino dos Céus que transcende a geografia ou a temporalidade; ele fala de uma realidade espiritual que se desenvolve no interior do ser humano. Thomas Merton, um monge e escritor místico, reflete profundamente sobre este aspecto, explorando como a experiência do Reino é tanto uma jornada interna quanto uma transformação pessoal.

Nascidos de Novo para Ver o Reino

Em João 3:3, encontramos outro elemento vital desta dimensão: “Em verdade, em verdade vos digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”. Este versículo realça a importância da regeneração espiritual – um renascimento que não é físico, mas espiritual. Teresa de Ávila, uma santa e mística, descreveu em suas obras como esse renascimento espiritual ou ‘nascer de novo’ é crucial para entrar em uma relação mais profunda com Deus e experienciar o Reino de uma maneira íntima e pessoal.

A Experiência Mística e a Transformação Interior

A dimensão mística do Reino envolve um processo contínuo de transformação espiritual. Esta transformação é frequentemente descrita em termos de crescimento na graça, na compreensão e no amor. Ela implica uma busca constante por Deus, uma aspiração de se unir à Sua vontade e um desejo de refletir Seu caráter em todas as áreas da vida. A experiência mística do Reino não é apenas sobre momentos extraordinários de revelação, mas sobre encontrar Deus nas realidades comuns e cotidianas, reconhecendo Sua presença em todas as coisas.

O Caminho da Oração e da Contemplação

A prática da oração e da contemplação são fundamentais nesta dimensão do Reino. Estas práticas espirituais permitem que o crente se afaste do ruído e das distrações do mundo para se concentrar em Deus. Através da oração, os cristãos aprendem a ouvir a Deus, a entender Sua vontade e a se alinhar mais profundamente com Seus propósitos. A contemplação, por sua vez, é um mergulho no silêncio e na presença de Deus, uma abertura para ser transformado pela Sua graça.

Assim, a dimensão mística e espiritual do Reino dos Céus é essencial para uma compreensão holística da fé cristã. Ela nos convida a explorar as profundezas de nossa relação com Deus, a nos abrir para a transformação espiritual e a buscar uma experiência mais íntima e pessoal com o Divino. Esta dimensão do Reino nos lembra que a fé não é apenas uma questão de práticas externas ou crenças intelectuais, mas é, fundamentalmente, um relacionamento vivo e respiratório com Deus.

Reino dos céus
Reino dos céus

Conclusão

Ao explorarmos as cinco dimensões teológicas do Reino dos Céus, torna-se evidente que este conceito central do cristianismo é incrivelmente rico e multifacetado. Cada dimensão – escatológica, presente, moral e ética, social e comunitária, e mística e espiritual – oferece uma perspectiva única sobre como o Reino se manifesta na vida dos crentes e no mundo.

Estas dimensões, embora distintas, não são isoladas; elas se entrelaçam e se complementam, formando um entendimento holístico do Reino dos Céus. Elas nos desafiam a viver uma fé que é ao mesmo tempo esperançosa e prática, pessoal e comunitária, celestial e terrena.

A mensagem do Reino dos Céus é tanto um convite quanto um desafio: um convite para entrar em um relacionamento mais profundo com Deus e um desafio para viver de maneira que reflete o amor, a justiça e a misericórdia do Rei.

Portanto, ao contemplarmos o Reino dos Céus em todas as suas dimensões, somos chamados a uma jornada de fé que transforma cada aspecto de nossa vida, nos preparando para a plenitude do Reino que um dia será revelada em sua totalidade.

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